Pessoas que nunca vi
Pessoas que desconheço
Nos caminhos que venci
Nunca lhes vi apreço
Murmúrios nunca ouvidos
Palavras nunca faladas
Quem um dia se calou
Fala agora em erguer espadas
Eis que o dia se aproxima
O derradeiro vendaval
Do povo, virá justiça
Ou então, golpe fatal
Em dúvida fomos postos
Não por ideias nem trabalho
Apenas pelo aspecto
Das cartas do baralho
Passo a passo o jogo foi
Avançando com o punhal
Da injustiça pendente
A rodear o bem, o mal
Um dia rir-nos-emos
Da batalha infernal
Privilégio de quem sente
Na pele o golpe final
Seguimos alegremente
Confiantes na vitória
O saber de quem não mente
Ditará o fim da história
Derrotados à partida
Por quem só sabe lutar
Não desistimos do jogo
Sem a certeza de ganhar
A todos agradecemos
Por serem o que são
Sei que ainda nos veremos
Não fizémos nada em vão
Campo Pequeno, Lisboa, 8 de Novembro de 1998
Este poema surgiu um bocado como desabafo. Não gosto que me acusem
nem a mim nem a outros que trabalham de não valer nada, quando o seu
objectivo é apenas uma eleição política.
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