
poemas e textos sobre tudo e nada
Qui, 23 Set 2004
Não olho em volta
Avanço
Não consigo parar
Não abros os olhos
Descanso
Não consigo andar
Sinto a vida a correr
Sinto o pulso a acelerar
Sinto a vida a escorrer
Sinto o pulso a parar
Entre altos e baixos sombrios
Sinto o tempo a escapar
Entre obstáculos e desafios
Vou a minha força encontrar
23/9/2004
[22:35] |
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Qua, 22 Set 2004
Dias duros, longos, cansativos
Mistura de estranhos sabores
Desde os momentos pensativos
Aos mais estranhos estertores
Guerras que não compreendo
Exigem esforço sem descanso
Mas, desde que me lembro
Que só tal me faz manso
O cansaço alcançou-me, finalmente
Na tarde de mais um dia passado
Preciso de descansar minha mente
De algum tempo para ficar descansado
22/9/2004
[18:59] |
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Qui, 16 Set 2004
Em dias frios e sombrios
Onde nada nos faz descansar
São pequenas coisinhas
Que nos fazem à vida voltar
Gestos sem importância
Movimentos sem reparar
Coisas breves, previsíveis
Que nos fazem descansar
Uma tarefa realizada
Como nas mil vezes anteriores
Acalma-nos os nervos
É um bálsamo para os dores
O sorriso previsível
De uma piada contada
Tem uma força incrível
Numa cara iluminada
O vôo de um pássaro
Mais uma vez repetido
O caminho de calçada
Mais uma vez percorrido
O saltar e voltar a cair
Quando estamos a duvidar
Que a gravidade nesse dia
Nem sequer nos vai puxar
E é assim que me refugio
Nas pequenas coisas da vida
Recupero os meus sentidos
Ganho uma força renascida
16/9/2004
[14:30] |
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Ter, 14 Set 2004
Almas penadas que dentro de si mesmas
Buscam um mundo que não é só seu
Que ignorando realidades ermas
Procuram a luz no escuro do breu
14/9/2004
[10:25] |
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Seg, 13 Set 2004
O trabalho espera por mim a minha frente
Mas sinto-me extremamente indolente
Os meus olhos tremem a observar
E as pálpebras começam a pesar
Reuniões, encontros, relatórios, tarefas
Tudo a querer ser feito mais às pressas
Encontros marcados, outros adiados
Comunicações feitas, papeis embrulhados
E cada vez menos vou prestando menos atenção
Cada vez mais pesa sobre a mente a escuridão
Sobre o corpo, cai uma enorme lassidão
Estou assim, hoje não estou para a produção
13/9/2004
[11:58] |
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O sol já se pôs há muito
O desafio parecia fortuito
Indo além dos limites mentais
Dá-se início a jogadas especiais
Conversas estranhas para desconhecidos
Copos à espera de serem enchidos
Verdades ditas entre risos perdidos
Tempos passados, minutos exauridos
E uma música passa constantemente no ar
Levando os jogos simplesmente a continuar
Novos desafios cada um chamado a galgar
Gestos e olhares todos a observar
E assim a percorrer o tempo passado
Foi ficando cada um mais cansado
E chegou-se, passo a passo dado
A um final não desejado
E perdendo-se em alegres-tristes despedidas
Se lançaram todos em novas partidas
Voltando, temporariamente, às suas vidas
Que desejam fortemente não serem perdidas
13/9/2004
[11:33] |
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Ter, 07 Set 2004
O sol acaba de se deitar
O dia parece estar a acabar
Aproxima-se a hora de voltar
À vida que estou a levar
Sentimentos estranhos me guiam
Onde passado e futuro se uniram
E reacções e pensamentos se estranham
Quando num momento inédito se cruzam
As regras que respeitava, ignoro
Aquilo a que não ligava, imploro
Rituais d'antes indispensáveis, desprezo
Axiomas d'antes imutáveis, reveso
São vidas que mudam
Feitas de dias que passam
São pensamentos refeitos
Onde não têm defeitos
São sonhos futuros
Feitos de restos passados
São decisões agora simples
De pensamentos iluminados
Olho à volta e não disfarço
Nem sequer vale a pena
Não vêem em nada do que faço
Nada que mereça uma novena
Sinto uma loucura em mim
Que não consigo apagar
Não sei se terá fim
Não a quero terminar
Desconheço o meu futuro
Mal reconheço o meu passado
Sei que em mim mudou algo
E estou entusiasmado
Continuo com muitos medos
Quase tantos como os que deixei
Mas arrependo-me de muito pouco
Nesta vida que deixei
Novos caminhos se aproximam
Alguns como raio de luz
Que novos desafios se sigam
Quero uma vida que me seduz
7/9/2004
[20:05] |
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Gritos, risos, discussões
Berros e demais confusões
Fazem a vida aos tropeções
Sempre atraídos por distrações
Mostram-nos um mundo que tememos
Os erros que um dia cometemos
O pouco que ainda hoje vivemos
Cada vez que de nós nos esquecemos
E sempre que os observamos
Alegremente a querer brincar
Sentimo-nos entre escravos e amos
Entre ficar e participar
Adultos presos na nossa alma
Crescidos fechados nessa condição
Lidamos sem paciência e sem calma
Com que recusa a nossa posição
Mas se o quisermos aprender
A nossa criança alimentar
Os que se recusam a crescer
Estarão cá para nos ensinar
7/9/2004
[11:28] |
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Seg, 06 Set 2004
Locais ermos, reservados
Com os seus acessos vedados
Onde fauna e flora são vigiados
E os caminhos bem aprumados
Onde as espécies são controladas
A áreas fechadas, restringidas
Onde, apesar de não restringidas
Parecem um pouco fingidas
Mostrando uma espécie especial
Num equilíbrio nem sempre real
Evita-se assim um final fatal
Criando-se uma reserva natural
6/9/2004
[19:35] |
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Dom, 05 Set 2004
Chegou um céu escuro anunciando a noite
Criando um tempo duro as nuvem se aproximam
De castanho e cinzento escuro tornam a cor muda
O céu azul desaparece, dele lua e estrelas fugiram
Lapsos breves de dias avançam do horizonte
Criados por uma linha irregular que corta o céu
O seu imenso brilho ilumina a nossa fronte
E faz dia da noite que estava escura como breu
Tempestade anunciada por luzes e sons de temer
Luzes de choques brutais e sons que queríamos esquecer
O ribombar que a anuncia está-se a aproximar
No céu abrem-se comportas de onde começa a pingar
Oiço as gotas à minha volta, o céu está a chorar
Numa cadência exacta num ritmo de avassalar
Olho o céu de onde cai toda a água à minha volta
Sinto no meu corpo o vento que a fúria do céu solta
Sinto a vida que não tenho, a força que quero ter
Sinto de novo vontade de um dia renascer
Não me quero reduzir ao que o meu cérebro alcança
Quer participar, com os elementos, nesta dança
5/9/2004
[21:55] |
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Sex, 03 Set 2004
Doce sentimento de quem não sente
De quem vive sem olhar para a frente
E com o que tem se contenta sempre
Sentindo-se, simplesmente, indolente
[16:12] |
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Qua, 01 Set 2004
Segue uma linha estranha à minha frente
Sigo-a, apesar de existir apenas na mente
De um ser mais que estranho, desconfiado
Que detesta pensar que está a ser levado
Linha esticada esta que sigo
Como se no fim estivesse um amigo
Linha triste esta que encerro
Como se estivesse fechada em ferro
Em altos e baixos nem sempre visíveis
Em sonhos e terrenos algo imprevisíveis
Vou seguindo esta linha de vida
Que um dia se viu mais que traída
[17:54] |
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