Partículas geladas atingem-me a face
Como pequenos punhais
Que não cortam
Nem nelas nasce
A dor em augúrios fatais
Cada pedaço gela, no seio da noite,
Um cara escondida
Que num capuz quente
Reencontra desejos
De uma vida esquecida
E olhando as gotas
Sem ver, só a sentir
Vai passando os passos
Que dá quase a fugir
Naquela direcção
Do refúgio longínquo
Tão perto e profícuo
De quem não vai chegar
Ao calor do dia
Gelado na noite
Que baila no olhar
06/01/2006 - 00h32
[00:32] | 0 comentário(s)