Em nau invertida sobre o seu dorso deitada
Expectante aguardava a multitude ansiosa
O real cumprimento da prometida presença
De quem os queria alegrar pela noite fora
Numa variante de loucura tornada irresistível
Surgem os contactos de quem espera possível
A fuga à néscia realidade do dia a dia
Tornada possível por quem viver ousaria
E ouvem-se notas a ribombar
De filas de caixas penduradas
Fazendo os corpos acordar
E as cabeças esperançadas
E do fundo das gargantas surge o grito esperançoso
De quem aguarda saudosamente o futuro que se aproxima
E a história vai passando, entre luzes animadas
Entre caras, entre vozes, em notícias passadas
E os seres do fantástico finalmente se aproximam
Com a espera e o tormento, finalmente terminam
Iluminando as mentes, os corpos que se agitam
Lançando no éter os sons que o real esvaziam
E a música invade, criando novos corpos
E o ritmo sentido dá-lhes o movimento
Enquanto a melodia ocupa toda a mente
Nada mais importa que aquele momento
E fogem com o suor, na humidade fechada
Preocupações diárias: seguem viagem alada
Sentimentos, dúvidas, tudo é corrido a eito
Pela turba saltitante que celebra o seu feito
E entre os corpos que se tocam
E os dedos que navegam
Os lábios que se encontram
Os beijos que se pespegam
Sentem-se os sonhos de quem vê o futuro sonhado
Mais uma vez no presente se tornarem realidade
E a emoção da alegria levada a êxtase alumiado
Mostrada em janelas de alma em plena impunidade
E o tempo vai passando, relembrando um sonho futuro
E as dúvidas voltam enquanto se volta ao escuro
Com o cansaço relembrando um tempo bem passado
Entre sonhos e loucuras docemente apreciado
11/11/2007 - 13h07
[Da Weasel no pavilhão atlântico]
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